O Exército israelense está investigando o uso de munição com fósforo branco, em um episódio no qual 20 projéteis com a substância foram lançadas sobre uma área populosa, informou um jornal na quarta-feira.
O jornal Haaretz disse que o incidente aconteceu na cidade de Beit Lahiya, no norte de Gaza. O fósforo branco é uma substância com alto poder incendiário, que queima bastante e por muito tempo. A substância é usada para produzir cortinas de fumaça, mas também pode ser usada como arma --neste caso, provoca queimaduras extremas em contato com a pele. Duas crianças palestinas foram mortas e 14 pessoas sofreram queimaduras graves no dia 17 de janeiro, quando as granadas foram lançadas em uma escola controlada pela ONU, na área de Beit Lahiya, informaram autoridades médicas. O Haaretz disse que foi uma brigada de reservistas que lançou cerca de 20 projéteis com fósforo branco na área.
Anistia Internacional acusa Israel de crimes de guerra, devido ao uso deste tipo de munição em áreas densamente povoadas. De acordo com a reportagem, ao todo, o Exército israelense lançou 200 projéteis com fósforo branco durante as três semanas de ofensiva em Gaza. Segundo o Haaretz, 180 projéteis tinham como alvo militantes que lançavam foguetes contra Israel. A lei internacional proíbe o uso de fósforo branco contra alvos militares que estejam em meio a concentrações de civis. A substância só pode ser usada quando os alvos estão bastante separados das áreas civis e "todas as precauções cabíveis" tenham sido tomadas para evitar mortes de não-combatentes.
Um porta-voz do Exército israelense não quis dar mais detalhes, mas confirmou que uma autoridade importante foi escolhida para investigar o uso de fósforo branco em Gaza. Israel começou a ofensiva no dia 27 de dezembro, dizendo que queria dar um fim ao lançamento de foguetes por militantes em Gaza.
Resumo Crítico
O fósforo branco, utilizado no bombardeamento da faixa de Gaza, mesmo não estando na lista de itens proibidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), tem a utilização questionada com base em diversos tratados internacionais de guerra.
Pelas imagens mostradas de Gaza as bombas parecem ter o intuito de gerar fumaça para desorientar o adversário e dificultar o cenário tático. Mesmo sem intenção direta de atingir civis, a arma pode “queimar pessoas e provocar incêndios” diz o consultor de segurança Vinícius Cavalcanti.
A Convenção de Armas Químicas, de 1993, proíbe o uso desse tipo de aparato e define como substância química tóxica aquela que “por sua ação sobre os processos vitais, possa causar morte, incapacidade temporal ou lesões permanentes a seres humanos ou animais”. O Protocolo de Genebra, de 1925, condena “o emprego de gases asfixiantes, tóxicos ou similares”. Além disso, atualmente, “há um consenso de que não se devem usar munições de fósforo branco”, segundo o curador do Museu Militar Conde de Linhares, Adler de Castro, que abriga armas do Exército. Quando entra em contato com a pele humana, o fósforo branco pode se transformar em ácido e causar queimaduras, o produto não pode ser apagado como fogo e em ambientes fechados pode acabar com o oxigênio do local.
Repercussão na Sociedade
De acordo com a ONU a ofensa israelense que durou 3 semanas na faixa de gaza tiveram as seguintes consequências :
· 50,8 mil pessoas desabrigadas;
· 400 mil pessoas sem acesso a água encanada;
· 1.300 palestinos morreram na ofensiva israelense;
· 5.000 palestinos feridos em 22 dias consecutivos de bombardeios
Conclusão
No ataque a Gaza, mesmo "não tendo a intenção" de utilizar o fósforo branco como uma arma química, o contato com tal substancia é extremamente tóxico podendo causar queimaduras profundas e atacar o sistema respiratório, podendo levar a morte. O governo israelense cometeu um grande erro usando um elemento extremamente perigoso para o que quer que fosse e assim levando à morte várias pessoas inocentes. Mesmo que seu uso seja "legal" como componente de foguetes de iluminação e bombas de fumaça, esse material é muito perigoso e deveria ser abolido por completo o uso do fósforo branco.
Trabalho realizado pelas alunas:
Amanda Alves da Silva e Renata Natali Madeiro - 3º Ensino Médio
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