segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Substâncias químicas podem ser responsáveis por surdez no trabalho


Por muito tempo o excesso de ruído foi considerado o único responsável por problemas auditivos ligados ao ambiente de trabalho. Apesar de pesquisas iniciadas na década 1980 indicarem que a exposição a substâncias químicas como metais e solventes pode causar, de forma lenta e gradual, perdas auditivas irreversíveis, o assunto ainda é pouco discutido. A pesquisadora e mestranda do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh) da Fiocruz, Andréa Pires de Mello, orientada por William Waissmann, alerta que a legislação trabalhista não considera este risco. "Existem limites máximos de exposição ao ruído, mas não há normas para a exposição a substâncias químicas no que se refere aos possíveis danos auditivos", explica. "É fundamental não apenas estabelecer limites de segurança para a exposição isolada a estas substâncias, como também para a exposição combinada ao ruído, muito comum em fábricas, que pode potencializar os danos auditivos".

            A semelhança entre o tipo de perda auditiva causada por ruído e por substâncias químicas pode ser uma das razões para a negligência em relação ao assunto. "Nos dois casos, a perda auditiva é neurosensorial e gradativa, atingindo inicialmente as freqüências de som agudas", explica Andréa. "O quadro evolui para perdas em outras freqüências sonoras, inclusive aquelas em que se concentra a fala. Também é possível ocorrerem zumbidos, antes mesmo da perda auditiva". Enquanto a exposição ao ruído lesa apenas estruturas do ouvido, a perda auditiva causada por substâncias químicas compromete também o sistema neurológico ligado aos sentidos. Não existe tratamento medicamentoso ou cirúrgico para este tipo de perda auditiva e o único recurso é o uso de prótese, muitas vezes de difícil adaptação.



Para saber mais:


Colaboração das alunas:

Karina Martins Rodrigues, Jacqueline Henrique de Sousa e YuanYuan Chen – 1º Ensino Médio

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