Bullying e a química
O nosso artigo escolhido trata-se de um tema que no mundo atual vem sendo bastante comentado e também muito ocorrido.
Esse artigo fala sobre o bullying e como ele pode alterar a composição química do cérebro da pessoa. O estudo foi feito na Universidade de Rockefeller, nos Estados Unidos. Os cientistas descobriram, através de experiências com ratos, que o bullying persistente não tem efeitos apenas na autoestima, mas também na composição química do cérebro daqueles que sofrem a agressão. Os resultados desse estudo mostraram que os ratos que foram vítimas de bullying desenvolveram, além de um nervosismo pouco comum perto de novas companhias, uma maior sensibilidade à vasopressina, um hormônio ligado a uma variedade de comportamentos sociais.
Segundo os pesquisadores, as descobertas sugerem que o estresse social crônico afeta o sistema neuro-endócrino, fundamental para comportamentos sociais como o cortejo, ligação entre pares e comportamento paternal. Mudanças nos componentes desses sistemas implicam em desordens como fobias sociais, depressão, esquizofrenia e autismo. Assim, as descobertas do estudo sugerem que o bullying pode contribuir para o desenvolvimento de ansiedade social de nível molecular em longo prazo.
Processo de realização do estudo
Para realizar esse estudo, os pesquisadores desenvolveram um cenário que simula um pátio escolar onde um pequeno rato é colocado em uma jaula com diversos ratos maiores e mais velhos, que vão sendo substituídos a cada dez dias. Como os ratos são animais territoriais, cada nova chegada ocasionava uma briga, que era sempre perdida pelo novo ocupante da jaula.
Após a briga, os pesquisadores separavam os animais fisicamente com uma grade que permitia ainda que o animal perdedor visse, ouvisse e sentisse o cheiro do outro, criando uma experiência de estresse. Depois de um dia de descanso, o rato perdedor, que passou por essa situação de estresse extremo, era colocado na presença de outro rato não ameaçador. Nesta situação o rato vítima de bullying era mais relutante na hora de interagir com outros ratos. Eles também desenvolveram uma tendência a "congelar" em um lugar por períodos de tempo mais longos e frequentemente demonstravam estar avaliando riscos em relação a seus colegas de jaula. Todos esses comportamentos indicam medo e ansiedade. Os pesquisadores, então, passaram para a análise do cérebro desses ratos, particularmente da parte do meio do córtex pré-frontal que é associada ao comportamento social e emocional. Eles descobriram que a expressão dos receptores de vasopressina havia aumentado, tornando os ratos mais sensíveis a esse hormônio, que é encontrado em altos níveis em ratos com distúrbios de ansiedade. Os pesquisadores também deram para um grupo de ratos um medicamento que bloqueia os receptores de vasopressina, o que controlou o comportamento ansioso de diversos ratos vítimas de bullying.
Conclusão
Para saber mais:
Alunas do 3º Ensino Médio:
Maria da Graça Alves e Nicoli Vieira N. Oliveira
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